domingo, 18 de outubro de 2009

Seis personagens à procura de um autor

Ontem, dia 17 de Outubro , tive a feliz experiência de ter assistido a um dos melhores clássicos contemporâneos de sempre. Um texto magnífico de Pirandello sobe ao palco do S.Luiz.
"Seis personagens à procura de um autor" é uma peça de Luigi Pirandello, autor e encenador do séc XX. Fala-nos da realidade, do sentido da vida e de quem somos.
Uma companhia de teatro está oucupadíssima a tentar montar uma peça (também esta de Piradello embora não se explícite qual) e eis senão quando uma misteriosa família de luto entra teatro a dentro; o Pai, a Mãe, o filho mais velho, a filha mais velha, o filho mais novo e a filha mais nova. São seis personagens e estão à procura de um autor que possa escrever e encenar o seu drama familiar. Aí, pensando que se tratava de uma brincadeira, o encenador manda-os embora, mas estes recusam-se a deixar o teatro e, no meio de muita discussão, sem querer, começam a contar a sua história, nisto, ao decorrer, o encenador e todos na companhia, começam a interessar-se e a ouvir o que aquela família tinha para contar.
"Nós somos mais reais que vocês! A nossa realidade não muda!"; "Há que nasça flor, há quem nasça pedra, animal, até mulher...e há quem nasça personagem..."
É um textomagnífico e muito filosófico que nos diz que cada um de nós é uma personagem distinta, que a nossa história até hoje não muda e nós só somos as personagens que somos por essa mesma história.
Esta peça conta com a encenação de Jorge Silva Melo e o brilhante desempenho de um vasto elenco com destaque óbvio para João Perry, Sylvie Rocha, Pedro Gil e Pedro Luzindro. São os Artistas Unidos no S.Luiz com "Seis personagens à procura de um autor" até hoje, dia 18 de Outubro, às 21h.

sábado, 10 de outubro de 2009

As 10 melhores músicas de sempre

Já que já me dei ao trabalho de fazer uma lista com os 10 melhores filmes de sempre, também me vou dar ao trabalho de fazer uma lista com as 10 melhores músicas de sempre.

1ª-"Bohemian Rhapsody"-Queen: Uma genial mistura de ópera com rock e a voz extraordinária de Mercury. Muito surreal na sua concepção...a parte do meio é a melhor.

2ª-"9ª sinfonia"-Bethoven: Uma musicalidade espampanante que nos eleva...magestoso, imperial. Algo digno de um deus.

3ª-"The trial"-Pink Floyd: Fala-nos da raça humana e das suas fraquezas e da sua insignicância, com uma musicalidade e vozes assustadoras demais para não se ouvir e voltar a ouvir.

4ª-"Hey Jude"-Beatles: Uma canção cheia de esperança, positiva e alegre. Os fab 4 dizem-nos que no amor e na vida há que agarrar as oportunidades e não fazer do mundo um lugar escuro e estranho. Sermos alegres é que é preciso.

5ª-"Crazy"-Gnarls Barkley: Uma música que apenas nos fala de ser maluco, louco...há algo mais fascinante do que a loucura das coisas e do ser?

6ª-"Smile"-Charlie Chaplin: O génio do cinema mudo fala-nos desta vez com voz e em música. Diz-nos que o sorriso pode ser tudo.

7ª-"Valerie"-Amy Winehouse: "Porque não voltas, Valerie?", a meu ver esta canção extraordinariamente interpretada por Amy e a sua voz falam da saudade, da preocupação, do amor, da dor. Impressionante que as letras de Amy possam ser tão tristes quando lidas e quando nós as ouvimos soam tão alegres...

8º-"King Herods song"-Jesus Christ Superstar: Espero que almas mais cristãs não se ofendam com isto, mas de facto é das melhores músicas jazz de sempre...pelo menos para mim. Fabulosa a maneira como esta canção questiona a credibilidade da figura de Jesus.

9ª-"Thriller"-Michael Jackson: Merece tudo pela música, sons, voz off de Vincent Price, vídeo-clip e voz de Michael. Assustador!

10ª-"Imagine"-John Lennon: Apelando à paz e a um espírito hippie muuuuuito grande. Faz-nos acreditar que um dia o mundo será um lugar melhor. Não deixem de acreditar nisso.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

VIP do mês- Frederico Fellini

Olá caros leitores, sei que há algum tempo que não escrevo para o blog. Enfim, como as saudades afectam a todos e a lembrança também, bem como o esquecimento, decidi escrever. Desta vez para dar o lugar do VIP deste mês a alguém que já há muito que deveria ter tomado este lugar. O maior cineasta do cinema neo-realista italiano, reconhecido pelas suas obras de culto por todo o mundo e já aqui referido como "génio" falando sobre um dos seus fabulosos filmes: Amarcord (que por engano, ao editar certos erros no artigo publiquei-o outra vez e poderão vê-lo em baixo).
Então, se são fãs do senhor Fellini vão gostar de ler este tributo a ele...ou não.
Frederico Barbiani Fellini nasceu em Rimini, Itália, a 20 de Janeiro de 1920. Fellini vivia com os pais, Ida Barbiani e Urbano Fellini, e com os irmãos Riccardo e Maria Maddalena em Rimini mas
em 1939 muda-se para Roma, porém, Fellini imprimiu muitas das suas vivências infantis e juvenis em algumas das suas obras: "8 e meio"e "Amarcord". Em Roma começou a escrever para um programa semanal "Marc'Aurelio" em que entrevistou o actor Aldo Fabrizi dando início a uma amizade e com quem trabalhou mais tarde em rádio.
Mais tarde vir-se-ia a casar com Gulietta Masina com quem teve um filho mas que viria a falecer com 2 meses de vida.
Fellini para além de rádio e de escrever para "Marc'Aurelio" também desenhava e era um prestigiado cartunista.
Em 1950 "Mulheres e Luzes" foi o primeiro de muitos e bons filmes do cineasta, mas os mais conhecidos são: "La dolce vita", "8 e meio", "Amarcord" e "Casanova".
Fellini ainda hoje é uma inspiração e referência para grandes realizadores de cinema contemporâneos como Allen, Tim Burton, Martin Scorsese, Almodóvar, Kubrick entre outros. É de aplaudir o seu génio e a poesia das suas obras que nos fizeram rir alarvemente ou chorar desesperadamente em cada filme. Grazie signore Fellini!!!


Dedicado a todos os fellinianos entre outros ;)





Frederico e Gulietta, sua mulher: